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Desenho

Detalhes do registo

Nível de descrição

Série   Série

Código de referência

PT/AMM/LPB/01

Tipo de título

Atribuído

Título

Desenho

Título paralelo

Galeria de "Portraits-charge" de alguns veraneantes na Praia da Ericeira feitos "à la minute" por Luís de Ortigão Burnay

Datas de produção

1904  a  1920 

Dimensão e suporte

88 desenhos/caricaturas; digital

História administrativa/biográfica/familiar

Luis Eduardo de Ortigão Burnay nasceu em Lisboa em 1884. Desde cedo que manifestou um grande interesse pelas artes, provavelmente por influência do seu avô, o escritor Ramalho Ortigão, a quem se devem as primeiras e mais contundentes análises acerca da arte portuguesa.Ortigão Burnay estudou pintura em Lisboa com o Mestre Luciano Freire. Depois, em Paris desenvolveu os seus estudos com Marcel Baschet e Desiré Lucas e frequentou a famosa Academie Julian que, naquela época, acolheu muitos artistas estrangeiros. Relativamente ao seu trabalho, consideramos que se notabilizou pelas suas expressivas águas-fortes e por ter ocupado os cargos de conservador e restaurador do Museu Nacional de Arte Antiga onde fundou a secção de calcografia. Também os seus desenhos à pena, a tinta-da-china e coloridos a aguarela são muito apreciados. Foi ainda um retratista de reconhecido mérito que, na opinião crítica de Fernando de Pamplona, “interpretou tipos do povo e perfis de intelectuais com igual penetração e elegância”. Por encomenda, executou para diversas instituições nacionais retratos de figuras marcantes da época, como é o caso de Salazar e do cardeal patriarca de Lisboa D. António Mendes Belo. Retratou, igualmente, muitos amigos da família e participou em muitas exposições da Sociedade Nacional de Belas-Artes onde foi premiado várias vezes. Para além disso, está representado com as suas obras em diversos museus nacionais e estrangeiros e em muitas colecções particulares de relevo. Faleceu em Lisboa no dia de Natal de 1951.Luís de Ortigão Burnay sempre esteve muito ligado à Ericeira e a Mafra. Para além de ser o filho mais velho do Dr. Eduardo Burnay (grande amigo da Ericeira e Presidente da Câmara de Mafra entre 1905 e 1908), casou em 1923 com Maria José de Bastos Pisani da Cruz, a filha mais nova de José Pisani da Cruz, proprietário da Quinta dos Chãos em Santo Isidoro e, também, Presidente da Câmara de Mafra, no período de 1902-1904. Foi este casamento que esteve na origem do ramo Pisani-Burnay, que passou, desde então, grandes temporadas na Ericeira ocupando a designada “casa pequena”, que era uma das duas casas que o Dr. Eduardo Burnay mandara construir em inícios do século XX no “Alto da Baleia”. Noutras ocasiões, ficavam instalados em Santo Isidoro, na referida Quinta dos Chãos. Segundo a tradição familiar, Ortigão Burnay, quando estava na praia ou na vila da Ericeira e encontrava um qualquer veraneante com um tipo fisionómico interessante, imediatamente desenhava no momento um “portrait-charge” a lápis com sombreados. Muitas vezes, mais tarde, ao Serão, poderia vir a aprimorá-los com tinta-da-china ou, noutros casos, aguarelando-os. Das várias dezenas de desenhos que a sua família guarda escolheram-se apenas aqueles que pelo próprio foram identificados como sendo da Ericeira ou aqueles que, não estando assim referidos, retratam inequivocamente figuras sobejamente conhecidas da Ericeira, como o Dr. Rivotti (grande amigo do artista e um dos seus “tipos” preferidos) ou o pintor João Alves de Sá. Infelizmente poucos estão identificados e na família já faleceu quem os poderia identificar. Consideramos, todavia, que é interessante divulgar este conjunto por constituir um testemunho não só da evidente mestria do artista em captar num momento os principais traços fisionómicos e psicológicos dos diversos tipos de veraneantes, mas também da moda e dos costumes da época nos primórdios da Ericeira como estância balnear da sociedade lisboeta.

Âmbito e conteúdo

Esta série reúne uma galeria de retratos/caricaturas (portraits-charge) de alguns veraneantes na Praia da Ericeira, feitos " à la minute" por Luís de Ortigão Burnay”

Idioma e escrita